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quinta-feira, 14 de julho de 2011

15 # Carta para a pessoa da qual tens mais saudades


E então encontrei-me sozinha. Assustada, diria até. Com saudades tuas, e confesso, com uma réstia de esperança - talvez seja essa que não deixa que as saudades se dissolvam. E sentimento de culpa, trazia na memória as lembranças de como ao achar com tão tanta certeza que lutarias por mim me esqueci de não te dar ideias promissoras de relações e de sentimentos muito melhores que os nossos ao falar-te de coisas, ao aconselhar-te a coisas, como se não significassem nada se acontecessem, só para me mostrar forte e superior, «podes ter outras raparigas, muito melhores que eu, podes ter uma vida melhor, blábláblá.». Estúpida. Enfim. Com isto também aprendi que não se pode dominar ninguém e que nem sempre tudo é previsível, os nossos prognósticos falham. Tenho saudades das tuas crises de ciúmes, tenho saudades de sentir ciúmes. O sentimento parece estar tão apagado, como se tivesse morrido dentro de mim e mesmo assim ainda sinto que te amo. Provavelmente o meu consciente está a pressionar o meu subconsciente a fazê-lo, está a impingir-lhe que te esqueça, o que não parece ser fácil, (in)felizmente. Eras meu e bolas, eu não te podia perder. Tenho saudades de me zangar contigo, sim, tenho, e tenho saudades de fazermos as pazes. Tenho saudades das tuas mãos e da tua respiração. Tenho saudades de te tratar mal e de vires atrás de mim pedir desculpa quando a culpada era eu. Que saudades de te sentir apertar-me, de me sentir tão segura contigo. Tenho saudades de ti, que me fazias infeliz. Nunca gostei do teu feitio, nem da tua personalidade, nem dos teus infindáveis defeitos. E mesmo assim, amo-te. Eras difícil, não correspondias a nada do que eu desejava, nem sequer tentavas mudar. E eu secretamente não queria que mudasses porque foi por ti assim que me apaixonei… Mas continuava a querer separar-me de ti por seres como eras. Resumidamente, nem a minha cabeça sabia que escolher ou se escolher. Mas eu tinha saudades tuas. Saudades das tuas palavras. Saudades do teu amor, que por muito que menosprezasses, me arrepiava na mesma. Saudades de ter a certeza que me pertencias, mesmo não te controlando, de confiar em ti, mesmo não te vigiando, de te ter, mesmo não te apreciando! Caramba, eu gosto tanto de ti e sinto tanto a tua falta. Mas não interessa nada, eu não quero que interesse. Quero sempre parecer o que não sou e adoro enganar-me a mim própria. Mas sou firme e quando meto uma ideia na cabeça, é assim que tem e que vai ser. Mesmo que seja só psicologicamente e não emocional, física ou genuinamente. A única questão agora é saber que ideias quero, para além das ideias que tenho.
Tenho saudades tuas. Tenho saudades da tua voz, do teu riso e do teu sabor a melancia.
Amo-te. Mas no fundo, nem sei o que é amar, não é?

[carta já muito, muito antiga, tem anos e já nao corresponde à realidade mas acho que o título da carta se aplica à pessoa em questão.]

10 comentários:

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Espreita ♥